quarta-feira, 19 de novembro de 2008

FAZENDO ESTÁGIO NA VIDA


Pensemos em nós como aqueles estagiários, aqueles funcionários temporários que entram nas empresas e passam por um período de análise de alguns meses, se não forem considerados aptos serão descartados do quadro de funcionários sem mais seqüelas.
Nós também deveríamos nos ver na vida física da mesma forma, afinal de contas, estamos aqui por algum tempo, nada trazemos de onde viemos e nada levaremos quando partirmos. No entanto, enquanto estamos aqui nos sentimos o tal, o dono do mundo, pelo menos daquele mundinho que achamos que conquistamos e merecemos. Será que somos donos realmente de alguma coisa ? Ou estamos usufruindo do espaço, como aquele estagiário a quem a empresa cedeu o escritório e propiciou as ferramentas necessárias para que ele desenvolvesse o seu trabalho ?
Não consigo me ver como dono de alguma coisa, não pelo menos tendo a visão de vida eterna e de ser um ser imortal com muitas vidas já vividas e a viver, tendo que ser muito tolo para ficar degladiando com o mundo e os seus habitantes por um mísero pedaço de chão, ou qualquer outra mesquinharia pela qual vejo a humanidade matar e morrer. Como viajante cósmico aqui aportei para um período talvez de aprendizado, talvez de refazimento de forças, para reencontrar velhos amigos, para rever antigas paragens muito queridas, ou para um trabalho qualquer que requeira a minha presença, ou a minha especialização. Sim. Especialização, pois sou um ser único, filho de um Pai maravilhoso, que me dotou com todas as qualidades necessárias para que eu fosse como todos os seus outros filhos alguém especial, alguém capaz a apto a realizar todo e qualquer trabalho para o qual fosse chamado.
Não teria nexo aqui chegar, sendo recebido por braços carinhosos, por um coração tão amoroso como é o da mãe, aquela menina que me recebeu neste mundo com tantos chamegos, daquele pai que se realizou como ser humano e que abraçou a missão divina que recebeu do alto, e de repente tornar-me mais um como tantos apenas usufruindo das benesses sem dar nada em troca.
Teria sido um imenso desperdício tanto da parte espiritual como da física, o corpo não é instância de férias para nenhum espírito, nem a vida uma viagem de passeio, Sou um estagiário sim, com pleno conhecimento de que meu tempo é curto, que fui incumbido de um trabalho que só eu posso fazer e consciente de que se eu não o fizer agora serei chamado tantas vezes quantas forem necessárias até tudo estar perfeito como deve ser. No entanto, é de meu do meu conhecimento também, que nem sempre terei as facilidades que tenho agora, se acaso vier a falhar...






Celso.antonio2008@ig.com.br
(30/09/2005)

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