segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Amor...



Você diz que é minha mulher
então deixa que eu seja seu homem,
o HOMEM da sua vida!
Me ama e deixa-me amar
assim com a liberdade
e a inconsequência linda
que o amor realmente tem!
Deixa eu amar sem medo do tempo,
sem as algemas do momento
que faz a gente perder o melhor do carinho.
Me ama sem o temor de acertar,
afinal de contas não conhecemos ainda todas as falas
e não temos muito mesmo a errar,
só nos conhecermos melhor cada vez mais....
Cansei do amor -obrigação,
cansei do amor-necessidade,
chega de amor-responsabilidade,
principalmente do amor-solidão!
Não quero mais o amor-cobrança
com sua conta sempre tão salgada
contraída a prestações e cobrada no atacado.
Traz para mim esse seu amor,
amor-esperança,
amor-confiança,
amor-alegria,
amor-vida,
amor-VOCÊ!!!
Traz finalmente amor,
amor, amor, amor, amor da minha na minha vida....



29/11/2009-21h15

O nosso jardim


Todos nós temos um jardim particular e muito especial.
É o nosso jardim da vida.
E muitos de nós seja por desatenção, por preguiça ou por absoluto desconhecimento nem presta atenção que o jardim está na maioria das vezes abandonado ou então tem mais ervas daninhas que plantas queridas...
Outros há colocam na sua terra divina plantas além de desnecessárias, nocivas.
Assim é que quando plantamos alguma semente da mentira na nossa lavoura de vida estamos transformando-a em uma monocultura...
A semente da mentira é a menor das sementes e, no entanto, é talvez a mais produtiva de todas, pois uma vez lançada ao solo torna-se o único motivo de trabalho do lavrador. Mesmo que ela seja uma planta que dispensa trato mais apurado, nós passamos a adubá-la, molhando-a constantemente e o que é pior, por mais que a podemos mais ela cresce...
Já a semente da verdade além de ser a maior de todas, ocupando um espaço enorme no nosso jardim, geralmente solta um broto pequenino, mirrado, necessitado de um cuidado enorme. É uma planta que a menor aragem já dobra, sofre a falta de atenção, e o adubo da realidade, o inseticida da honestidade, a água pura da lealdade, a cobertura constante da conduta reta do lavrador se fazem necessárias em tempo integral....
Quem visita o nosso jardim e não o conhecendo toma sem duvida nenhuma a mentira pela nossa planta predileta e tem pela verdade um gesto de desdém, nós mesmos teríamos se não soubéssemos da triste realidade, afinal de contas , descobrimos um dia que aquele arbusto que cresce à velocidade da luz não dá flores, nem frutos e muito menos gera algum perfume, apesar da folhagem maravilhosa... e ainda tem um agravante: suas raízes se espalham pelo solo e à nossa revelia geram novas mudas, transformando assim nosso pobre jardim em um território da mentira...
Já a verdade... bem essa dá flores e frutos sim! Flores lindas e perfumadas, frutos maravilhosos que alimentam o nosso espírito e enobrecem a nossa vida, pena que pela nossa falta de cuidados ela esteja sempre sofrida e abandonada no canto mais misérrimo do jardim, correndo o grave risco de perecer ali esquecida...
Precisamos com urgência replantarmos a nossa lavra de vida e extirparmos as mudas de mentiras por menores que sejam, retirando-as pelas raízes do nosso solo de esperanças. E partirmos em busca de todas as sementes da verdade que pudermos coletar plantando-as e ao cuidarmos delas nos transformarmos não em meros jardineiros, mas em páginas floridas e perfumadas da vida....

05/12/2009-08h50

Perdoe-me

Talvez você não tenha notado
mas eu parti da sua vida já há algum tempo...
Arrumei todas as minhas coisas,
embalei meus sonhos,
dobrei muito bem as minhas esperanças,
empacotei todos os meus projetos de vida
e parti....viajei cheio de marra!
Levando toda minha zanga comigo
não deixando nada prá você....
Mas a bagagem ficou muito pesada,
afinal de contas quando levamos
no nosso coração tudo aquilo
que deveríamos jogar fora
transformamos ele num mero depósito de entulhos...
Perdoe-me não por ter partido ou voltado,
mas por não ter dito antes de tudo
o quanto eu amo você,
e que não importam as diferenças
nem as dificuldades,
afinal de contas o amor
tem como única função aplainar os corações
tornando-os capazes de se entenderem, se aceitarem
e se completando fazerem as nossas vidas mais felizes...
Nós é que precisamos descobrir a linguagem do perdão
e utilizando-a descobrirmos o sorriso lindo
que o ser amado tem
e nos apaixonarmos todos os dias....


05/12/2009- 09h09

Desabafo

Todos que dizem ser a nossa família
nos transformam em pobres ilhas
sem sol, sem àgua, sem ar...
Não sabem que família cria,
familia ratifica, família edifica
ensina o ser a sonhar....

Todos que dizem nos amar
não conseguem aceitar
o nosso jeito de ser...
Não compreendem a nossa dor
assoprando sempre no lugar errado,
deixando o remédio abandonado
por não conhecerem a bula do amor....

Todos que dizem gostar de nós
atrofiam a nossa voz,
esquecem o que é liberdade...
Querem reconstruir nosso mundo,
reformular nosso universo
esquecendo que o alicerce de tudo é a felicidade...

Todos que sabem tão bem nos criticar
deveriam nos olhar com o mesmo olhar
com que vêm e medem os próprios passos...
Perdoariam bem mais as nossas falhas,
ajudariam , participariam construindo,
guardando sua melhor arma, a língua-navalha....

Todos que dizem nos odiar
continuem sempre na nossa frente na caminhada
chegando junto na nossa estrada, cuidando do nosso viver...
Saibam que proteger, amar, gostar, criticar é fácil
já esse outro sentimento necessita da ciência do conhecimento,
talvez daí nasça o amor, o verdadeiro... não se afastem!

A visita da Morte

Há poucos dias recebi uma visita inusitada, a dona Morte resolveu dar o ar da sua graça.
Chegou no fim da tarde, justo naquele momento em que estamos já nos arrumando para as ultimas horas do dia.
Até foi um susto aquelas palmas no portão, justamente quando eu estava pensando na minha querida sogra recém-morta. Não que eu estivesse pensando algo de errado da nossa pobre velha, afinal de contas ela praticamente acabou de passar pro outro lado e não haveria a menor chance de ficar chamando ela de volta. Mas, tudo bem fui atender ao chamado vindo lá de fora quando não foi a maior surpresa em encontrar aquela senhora idosa, meio asmática e o pior de tudo, com um imenso cigarro nos lábios.
Ela estava muito irritada, não sei se pela demora em atendê-la ou se era o seu humor normal,
Mas pela minha longa experiência com as mulheres fui logo tomando pulso da situação mostrando a ela quem era o dono da casa e num grito só perguntei o que ela afinal de contas queria, pois eu não tinha a noite toda disponível para uma reles velha encarquilhada, se ainda fosse uma gatinha...
Foi quando ela se identificou...
Cai na gargalhada!!!!!!
E não deu outra, o meu portão foi pro chão todo esmigalhado, se bem que um portão daquele de madeira carcomida pelo tempo e pelos cupins não era preciso muita força para transformar em poeira, ainda mais com ela mordendo ele daquele jeito...
Quando minha crise de riso amainou foi que prestei atenção naquela senhora, realmente ela parecia bem mais velha do que aparentava e além de feia e de ter bons dentes eu não daria a ela nenhum poder daqueles que acreditamos que uma boa morte tenha. Mas refletindo melhor cada um tem a morte que merece, e aquela dizia ser a minha...
Convidei-a para entrar na minha radiosa vivenda de um feliz solteiro.
Ela não queria entrar de jeito nenhum, nem quando eu disse que o jantar estava na mesa, acreditei que aquela morta de fome não iria enjeitar um belo torresmo bem sequinho boiando num maravilhoso caldo de feijão e uma bela pratada de couve praticamente ralada, foi quando ela me disse que estava de regime.
Eu bem que havia notado, afinal de contas uma coleção de ossos daquela não deveria ser apenas o cartão de visita de uma anoréxica qualquer. Mas tudo bem, vamos lá, a gente conversa aqui mesmo no portão, fui logo dizendo enquanto fazia uma análise mais profunda daquele ser a quem minha sogra se estivesse por perto (graças a Deus que não pode mais estar!), seria bem mais apresentável.
-Muito bem minha senhora, qual é mesmo o seu nome?
-Maravilhosa a seu serviço.
-Sei, respondi enquanto tentava engolir a gargalhada.
-E, o que realmente a senhora quer numa hora já tão tardia?
-Eu vim buscá-lo para a sua ultima viagem, afinal de contas daqui a alguns minutos você será um belo defunto.
-Então quer dizer que a Senhora é a morte realmente. Mas me diga, a senhora já pensou em tirar umas férias? Afinal de contas pelo seu estado eu diria que faz uns bons milhares de anos que a senhora não dá uma descansadinha, que tal entrar e tirar uma soneca no meu sofá?
Ao que ela respondeu com um resmungo que na hora entendi como um não e não restando outra opção sentamos no meio fio mesmo e fomos desfiando a nossa conversa prá lá de estranha, afinal de contas se alguém me visse com aquele velho e carcomido rebotalho no mínimo iria dizer que eu realmente estou matando cachorro a grito.
-Então Dona Morte em que ficamos? A Senhora diz que eu vou morrer e eu digo que realmente ainda não chegou a minha hora, afinal de contas nunca estive tão bem, até academia voltei a freqüentar.
-Em primeiro lugar meu pobre defunto fresco, meu nome não é Dona Morte, mas sim Maravilhosa e depois a mim pouco me importa se você acha isso ou aquilo, o meu serviço eu vou fazer de qualquer jeito.
-Mas me diga lá como é que a senhora sabe que sou eu o escolhido da vez, se não vejo consigo nenhuma anotação, nenhuma prancheta qualquer e se houver algum engano? Se ainda minha sogra, aquela cobra de avental estivesse viva eu diria que haveria alguma verdade na sua afirmação....
-Escute aqui seu mal agradecido não há nenhuma chance de haver algum erro e depois não admito que se fale assim daquela doce senhora que foi muito minha amiga, ouviu?
-Ah!!!! Quer dizer então que eram amigas as duas cobras velhas? Eu bem que achei muito parecida com ela mesmo...
-Cobra velha é a tua sombra seu genro ingrato depois de tudo o que ela fez por você...
-E o que ela fez por mim assim de tão especial, eu posso saber?
-Ué, e a filha linda e sensacional que ela te deu, não vale nada?
-Se aquela filha dela fosse um milionésimo disso tudo, ainda assim ela já merecia o fogo eterno de brinde.
-É, por isso mesmo que faço questão de exercer esse meu serviço importante, pois vou tirar do mundo mais um machista àtoa e careca.
-Careca???? Além de velha coroca você é também meio cega. Não tá vendo esse rabo de cavalo aqui não?
-Rabo de cavalo? Pensei que era uma camisa daquelas de juiz de futebol, com uma mancha nas costas...
-Olha aqui, vamos parar com essa conversa já. Tô vendo que a senhora além de caduca e não enxergar bem ainda é dada a cometer erros. O que nesse caso seria um erro muuuuiiiito grande, não é mesmo?
-Talvéz.... Mas vejamos por um outro prisma, meu jovem froxo e despreparado para as verdadeiras coisas da vida. Você já pensou em quantas cagadas já fez na vida? Você se lembra da escola, nas vezes em que mentia pros seus pais que não tinha aula e caia na rua vagabundeando? Ou então fugia da escola, matando todas as aulas que podia? E aquela vez que você foi roubar frutas do verdureiro da esquina e levou um tiro de sal na bunda, que deixou um belo buraco mal cicatrizado até hoje?
-Buraco de sal na bunda? Escuta aqui sua velha enxerida, quem te contou isso?
-Contar? Seu bocó, eu estava lá do seu lado esfregando as mãos de alegria, sentindo que iria realizar o meu trabalho mais cedo...
-E aquela vez que você foi incumbido pela galera de roubar o gabarito das provas finais de matemática, afanou o papel errado e a turma toda tirou zero e você quase foi capado pela molecada?
-E aquela vez que você levou a melhor amiga da sua mulher pro motel e além de perder a mulher ficou com essa eterna fama de broxa?
-Chega!!!! Cansei desse papo idiota. Eu acredito que você realmente é a morte.
-Mas me permita uma ultima pergunta. Se eu realmente sou o escolhido da vez, como é o meu nome ?
_Nome? Não me deram. Apenas me falaram o endereço, que é esse mesmo e o numero da casa, o 89.
_89??????? Mas aqui é o 69!!!!!!!!!!!
-69? Sugestivo, muito sugestivo meu rapaz de sorte.
_Sorte? Quase que eu morro sei lá do que e tudo por causa de uma morte velha, cega e burra. Uma morte totalmente diferente de tudo o que eu sonhei. Afinal de contas a minha morte tem que ter no mínimo 20 aninhos e olhe lá!
-Cara, mas sou eu mesmo! Não tenho mais que 20 séculos de vida, olhe que lindo.
-Pega os teus 20 segundos de inteligência, ensaca eles e some buscar outro trouxa. Que esse papo tá me dando uma dor no peito.
-Dor no peito?
-Tira a mão daí!!!!
-Olha, eu se fosse você procurava um médico, nunca se sabe. Ainda outro dia uma grande amiga minha, a morte lá de Holywood passou por um perrengue desses e olha que ela é tão jovem quanto você, não passa dos cem anos.
-Sabe de uma coisa eu vou entrar e tomar um porre prá ver se isso não é um belo pesadelo. Visita da morte, bah!
-Olha, eu vou indo e desculpe pelo susto. Ah! Desculpe também pelo portão, mas essa sua cerca... Tá precisando de uma boa reforma. Aliás tudo por aqui tá me parecendo uma bela bosta! Realmente até pra morrer a pessoa tem que ter algum gabarito e você meu amigo é mesmo um grande merda!
- Se cuida, até a próxima!
-Próxima? Seu tu aparecer por aqui de novo com esse papinho idiota eu te mato!!!!


Celso – 13 de dezembro de 09 – 21h33